sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Quanto tempo desde a minha última postagem

Quanto tempo se passou desde a minha última postagem...já nem sei se eu ainda sou o que era na época. Sejamos sinceros, qual o motivo de termos que ser alguém, e este alguém sempre ser mutável? Até qual ponto a mutabilidade é saudável? Se vivemos em um processo mutante constante nos classificaríamos como instáveis?
Quanto tempo se passou desde a minha última postagem...o que sentia na época não é o que sinto hoje. Será? Sempre questionamos o que éramos, o que sentíamos, porque sempre questionamos isso? Qual o motivo da incerteza? Se caso tenhamos certeza, o que nos leva a crer que estamos certos? Há certo ou errado? Posso eu mudar de opinião quanto aos meus sentimentos? Seria eu um traidor dos meus próprios sentimentos? Ou um ditador? É e pronto?
Quanto tempo desde a minha última postagem... Vários nomes, apelidos surgiram desde então. Por ter ocorrido isso confirmarei a minha mutação. É bom ser mutante? Neste exato momento eu concluo que não, porém posso mudar de opinião. Até quando terei que questionar? Mudar? Matar o que antes existia? Ressuscitar o que já foi? Citar?
Quanto tempo levarei até a minha próxima postagem? Algum dia eu já postei aqui? Serei eu?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Mundo Anda Tão Complicado


Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperta o passo por causa da garoa
Me empresta um par de meias
A gente chega na sessão das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanhã é a sua vez

Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você.

Temos que consertar o despertador
E separar todas as ferramentas
A mudança grande chegou
Com o fogão e a geladeira e a televisão
Não precisamos dormir no chão
Até que é bom, mas a cama chegou na terça
E na quinta chegou o som.

Sempre faço mil coisas ao mesmo tempo
E até que é fácil acostumar-se com meu jeito
Agora que temos nossa casa
É a chave que sempre esqueço

Vamos chamar nossos amigos
A gente faz uma feijoada
Esquece um pouco do trabalho
E fica de bate-papo.
Temos a semana inteira pela frente
Você me conta como foi seu dia
E a gente diz um p'ro outro:
- Estou com sono, vamos dormir!

Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você.

Quero ouvir uma canção de amor
Que fale da minha situação
De quem deixou a segurança do seu mundo
Por amor

Por amor.

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O Eterno Retorno

Trecho do livro "Ecce Homo" (se não me engano...) de Friedrich Nietzsche, copiado do livro "Antologia ilustrada de Filosofia - Das origens à idade moderna" de Ubaldo Nicola:


O que aconteceria se, um dia ou uma noite, um demônio se esgueirasse furtivamente na mais solitária das tuas solidões e te dissesse: "Esta vida, assim como a vives agora e a vivestes, terás de vivê-la novamente infinitas vezes e nela não haverá nada de novo, mas retornarão a ti cada dor e cada prazer, cada pensamento e suspiro, cada coisa indizivelmente pequena ou grande da tua vida, e tudo na mesma sequência e sucessão, como esta aranha e este luar por entre os ramos e também este instante e eu mesmo. A eterna ampulheta da existência será novamente virada e tu com ela, grão de poeira!"
Não te lançarias ao chão, rangendo os dentes e maldizendo o demônio que assim te falou? Ou então, talvez tendo vivido alguma vez um instante tão imenso, seria esta a tua resposta: "Tu és um Deus e nunca ouvi nada mais divino?"
Se esse pensamento ganhasse poder sobre ti, assim como és agora, ele te faria sofrer uma metamorfose e talvez te triturasse. A pergunta para qualquer coisa - "Queres isso mais uma vez e ainda inúmeras vezes?" - pesaria sobre o teu modo de agir como o maior dos pesos! Ou, então, quanto terias que amar a ti mesmo e à vida, para não desejar nada mais que esta última e eterna confirmação, esta chancela?"

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