quarta-feira, 28 de abril de 2010

RINDO COM

NÃO ESTOU RINDO DE VOCÊ
ESTOU RINDO COM VOCÊ

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sexta-feira, 16 de abril de 2010

O CÉREBRO DESDE ENTÃO SE FEZ DICOTÔMICO

A seguir, a parte II do capítulo 5 do livro “Miguel e os demônios – ou Nas delícias da desgraça”, do comparsa Lourenço Mutarelli:
“Osvaldo, dentro de um veículo no pátio de outra delegacia, resume a história da humanidade para um investigador.

— Quando o dedo polegar do pé se desenvolveu, o homem conseguiu se erguer. Essa aparentemente insignificante mudança alterou a pressão sanguínea do cérebro. As habilidades manuais, que já mereciam destaque entre os símios, tornaram-se ainda mais sofisticadas e precisas. A alteração da pressão intracraniana causou uma nova redistribuição na irrigação do cérebro, passando, assim, a iluminar regiões adormecidas dele. Esse órgão adquiriu um pregueado mais complexo, e à força disso o homem desenvolveu uma nova percepção do mundo a sua volta. O aperfeiçoamento das habilidades manuais em conjunto com as novas regiões iluminadas possibilitaram ao homem controlar o fogo. Ao se erguer e dessa forma poder caminhar, muito embora um filósofo tenha afirmado que o andar é apenas uma queda interrompida, o homem pôde se locomover com maior velocidade e percorrer distâncias cada vez maiores. Então, o homem se tornou nômade, e assim se manteve durante um longo período. E sabe por que o homem se tornou nômade?
— Nômade é aquele que não se fixa, né? Aquele que viaja e tal. Não é isso?
— Isso. E sabe por que o homem não se fixava?
— Porque podia andar?
— Não. O homem deixava tudo para trás porque não sabia lidar com os excrementos. Por essa razão, quando a situação se tornava insuportável, ele seguia adiante. Mas essa é outra história. De qualquer modo, é bem interessante. O homem era nômade para fugir do mau cheiro de seus excrementos.
— Já pensou?
— Muito bem, quando o homem errante descobre a possibilidade de cultivar o solo e de criar pequenos fossos para cuidar dessas questões sanitárias, ele se fixa. Uma vez fixado, agrupa-se. Em grupo, desenvolve a linguagem para transmitir o conhecimento de geração a geração. Buscando nomear todas as coisas, toda matéria e sensação, o homem formata seu cérebro. Entre o quente e o frio, o duro e o mole, Concordia discors, simpatia ou antipatia, bom ou mau, antitheta. Entre os contrários o homem modelou seu pensamento. Com base na dualidade, binário. O cérebro desde então se fez dicotômico. Binarius.”

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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Heaven Can Wait

Oi, oi, oi! Obrigada pelas boas vindas e pelo poema, fiquei emocionada com ele. Pra continuar a interação dedico o belo vídeo abaixo aos companheiros (e companheira!) dicotômicos!
É de uma música da Charlotte Gainsburg (além de cantora, uma grande atriz -alguém aí assitiu ao filme "Anticristo" do Lars Von Trier?).

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tardias boas vindas com Feitio de Oração

Bem vinda Sikutinha! Não se acanhe em publicar o que quiser por aqui, principalmente quando os dicotômicos originais estão sumidos. Agora você também é de casa, tamo junto!
Um Waly pra comemorar nossa nova companheira aqui:
*Waly Salomão do livro "Pescados Vivos":
FEITIO DE ORAÇÃO
ó garrafada das ervas maceradas do breu das brenhas
se adonai de mim e do meu peito lacerado.
ó senhora dos remédios
ó doce dona
ó chá
ó ungüento
ó destilado
ó camomila
ó belladona
ó phármakon
respingai grossas gotas de vossos venenos
ó doce dona
ó camomila
ó belladona
serenai minhas irremediáveis pupilas dilatadas
ó senhora dos sem remédios
domai as minhas brutas ânsias acrobáticas
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .que suspensas piruetam pânicas
nas janelas do caos
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .se desprendem dos trapézios
e, tontas, buscam o abraço fraternoi e solidário dos espaços vácuos.
ó garrafada das maceradas ervas do breu das brenhas
adonai-vos do peito dilacerado e do lenho oco que ocupo.
ó leite de magnésia
ó óleo de rícino
ó elixir
ó cicuta

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Ciúme

Verbete do mestre Millôr Fernandes do livro "A Bíblia do Caos":

CIÚME
  • O ciúme é o álibi de quem não ama.
  • Ovo de Páscoa: o motivo por que o galo matou o pavão.

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