domingo, 31 de maio de 2009

Extra! Extra!

Tentando perder a timidez de mostrar os próprios e rarefeitos textos, aí vão alguns:

COMETA
antes
que
passe
o
tempo
sempre
passa
o
sempre
passa
...
EXTRA! EXTRA!
Meu estupor
........extrapola
....................qualquer convenção
...
não me encare
enquanto lhe represento com
tinta e distância

seu olhar me obriga
contornos

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segunda-feira, 25 de maio de 2009

“Pai, me ensina a ser palhaço?”

Essa é pra comparsamiga Tarcila, ainda lembrando do show do Cordel... Na introdução da música O Palhaço do Circo Sem Futuro, o Lirinha manda umas três vezes: “Pai, me ensina a ser palhaço?” e depois a resposta do pai: "Isso não se ensina, seu bosta!".
Achei uma entrevista do Cordel aqui, é da época do lançamento do 2° disco, intitulado justamente O Palhaço do Circo Sem Futuro. Eis a última pergunta/resposta da entrevista:
-
Entrevistador - O “Palhaço do Circo Sem Futuro”. Por que o “Palhaço”, e não o malabarista, a mulher barbada ou o homem bala?
Lirinha – A utilização dessa imagem é devido à máscara para a execução de seu trabalho, como as pinturas de guerra. Existe essa coisa de transformação para poder enfrentar tudo. É tão semelhante com a nossa existência, toda máscara que utilizamos no nosso dia-a-dia, nesse grande espetáculo que é nossa vida, e nesse circo que é o planeta. Independente do que aconteça, o palhaço tem que entrar em cena, o espetáculo não pode parar. Independente de todas as tragédias que estão acontecendo, sempre temos que passar uma mensagem de alegria. Essa imagem do palhaço é muito forte. Ela também nasceu de uma poesia: o filho tinha vergonha do pai, por que o pai era palhaço. O filho se formou em Direito e seguiu outro caminho. Um dia o filho visitou o pai, que já estava no leito de morte. Ele era uma pessoa muito amargurada. Então ele se acocorou, pegou a mão do pai e disse: “Pai, me ensina a ser palhaço?”. E o pai respondeu: “Isso não se ensina seu bosta!”. Essa imagem ficou muito forte no grupo, e acabou sendo a cara do espetáculo. Isso também tem tudo haver com a nossa geração, a nossa herança, com essas guerras, com tudo isso que a gente está vivendo, a urgência, a glorificação do presente, que a geração da gente vive. O futuro é muito incerto. Então é o Palhaço do Circo Sem Futuro, embora isso não seja pessimista. Utilizamos o símbolo Palhaço como uma forma de alegria artística.

Encontros - 6ª Passada

Dois encontros marcantes ocorreram comigo na sexta-feira passada.
1°: Na fila de entrada para o show do Cordel do Fogo Encantado, adivinhe quem estava lá? Não, não era o Vendell. Não, também não era a Tarcila. Não, nem o Sr. Dicotômico. Tá, vou falar: lá estava Antônio Roberto, sim, o do "Antônio Roberto e Você"! Um pessoal à minha frente na fila, quando o viu começou a gritá-lo pelo nome e quando ele, sorridente, se aproximou rolou uma uma rodinha com os caras gritando "Antônio Roberto!!!Antônio Roberto!!!". Hehehe. Um desses camaradas disse que precisava de uma consulta com ele e o figura de pronto respondeu que o caso dele não era nem preciso uma consulta, ele precisava era de um viagra! Hehehe.
Pouco depois...
2°: Após anos sem nos vermos, com quem eu esbarro pouco antes do show do Cordel? Quem, quem? Não, nenhum daqueles já não encontrados acima. Encontrei com minha cara Flavia, mundialmente conhecida como Caju. Tava lá, com o mesmo sorrisão contagiante e também com o Nicolau, nem Copérnico, nem Sarkozy, seu namorado. Muito bom encontrá-la, ainda mais com o clima de celebração do show do Cordel.
A senhorita Caju, junto com os senhores Daniel, Jubão e Léo, formavam a banda Filit, grande banda do cenário independente Belorizontino e chegaram a lançar um disco em 2002, se não me engano. Grandes músicas que merecem ser ouvidas e o cd vinha com um encarte muito bonito com as letras e desenhos para cada uma delas. Veremos o Filit no palco novamente algum dia?
Eis uma letra dela, da faixa que abre o cd, chamada Joana.
JOANA
Eu não sei
Quem sabe ela
-
Se existe salvação
Quem sabe ela alguma coisa
-
Se existe redenção
Para todos aqueles que sofrem
-
Quem sabe os que ardem
nos dêem a direção
-
Como a fé
Vomito coragem
Ando a pé
Seguindo viagem
-
Meu amor
Esqueça a dor
Tudo acontece
quando a hora for...

domingo, 17 de maio de 2009

O Ludopédio

O Brasileirão desse ano promete ser um grande campeonato. Eu que estava muito desligado dos campeonatos e do futebol em geral tenho me empolgado com os jogos novamente (o livro do José Miguel Wisnik -VENENO REMÉDIO - O Futebol e o Brasil- me fez voltar a enxergar qualidades que graças a picuinhas cartolísticas e midiáticas eu havia, desanimadamente, deixado de enxergar). E é inevitável dizer: é um prazer enorme ver o Ronaldo em solo brasileiro e jogando como aprendemos a gostar dele, lances belos e inteligentes, e ainda tem a raça e superação com que a cada jogo ele cala os que o criticam e encanta quem admira o futebol poesia.
Pelo Insônia Registrada da comparsa Lílian, fiquei sabendo do blog Gol de Letras, que busca cobrir os times do Brasileirão. A própria Lílian está representando o Cruzeirão e tem mais uma turma blogueira bem interessante participando. E ainda há times sem representantes, caso alguém se interesse em contribuir!
Muito bom também o texto do comparsa Makely Ka, em seu Autófago, que também fala sobre o grande Ronaldo Nazário e o ludopédio nacional.

sábado, 16 de maio de 2009

Prenda!!! Miss Cuiabá??? Sugestões...

Por onde andará Tarcila Clown Doll?
Já que, infelizmente, sumiu por mais de 30 dias, finalmente, chegou a hora de estrearmos a tão aguardada PRENDA!
Desde já, sei que perdemos uma grande oportunidade, pois imagina se houvéssemos enviado a srta Clown Doll como repórter fotográfica no último dia das mães, em que nossas respectivas progenitoras, antes mesmo do 1° Encontro Dicotômico, se reuniram para comemorar essa bonita data para o comércio (opa, olha a influência dessas últimas postagens dos Srs Vendell e Vilson... tsc, tsc) em pleno (e clássico) Forró do Mangabinha... perdemos essa oportunidade.
Agora cabe decidir qual será a prenda de nossa companheira. Sugestões são muito bem vindas.
Fora essa aí, do Forró do Mangabinha, que acabamos deixando passar, pensei em fazermos a inscrição da nossa amiguinha (sem ela saber é claro) no Miss Cuiabá 2009 (será que ainda dá tempo? ou então no Miss Cuiabá 2010...), seria legal ver uma Miss com o cabelo colorido e que preferisse o Chacal ao Pequeno Príncipe, ou que preferisse um palhaço a um artista global, ou ainda (e eis a diferença fundamental) que preferisse paçocas a qualquer outro quitute preferido por misses. Poderíamos inscrevê-la e ir cobrindo tudo por aqui. Porém, embora, contudo, todavia, ela poderia acabar gostando da idéia e pelos afazeres da competição poderia sumir mais ainda daqui, sem falar na influência negativa que (nada contra vocês misses magrelinhas do meu coração) o ímpeto competitivo pelo pódio estético poderia lhe causar. É... precisamos de sugestões...
Repito: aguardamos sugestões de prendas para nossa companheira Clown Doll!
E claro, respeitando o princípio universal do contraditório e da ampla defesa, abrimos um prazo de 15 dias para que a referida companheira apresente sua contra-argumentação, que será avaliada pelo Comitê de Recursos Dicotômicos e também pelo júri popular de blogueiros interessados em participar.

E Wendell, e Wilson, façam o favor de não pedir demissão, hein, apesar de que, deixe-me repetir: Wendell e Wilson, já pensaram em fazer uma dupla sertaneja? Ou talvez uma dupla emo-neja, tipo Fresno+Chitãozinho e Xororó, hein?! Posso ser o empresário e... é, bem, a prenda não é para vocês, por enquanto..., pensamos melhor nisso depois, vamos à Prenda da Clown Doll primeiro, né!

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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Vestimenta

Hoje, em uma manhã bem inspirada, deixei de lado os meus afazeres trabalhistas e dediquei um momento para uma criação. Segue o texto:

Vestimenta

Sapato sujo não limpa o chão.
Sapato sujo não ganha o pão.
Sapato sujo é do ladrão.
Sapato sujo também é do chefão.

Camisa rasgada não veste ninguém.
Camisa rasgada não vale um vintém.
Camisa rasgada só pobre a tem.
Camisa rasgada o trabalho não vem.

Calça furada provoca exclusão.
Calça furada não causa tesão.
Calça furada, a moda do mundo cão.
Calça furada, dor e solidão.

A vestimenta que alimenta.
A vestimenta que ao pobre atormenta.
A vestimenta que o rico ostenta.
A vestimenta é a ferramenta.

Vestir-se para a vivência.
Vestir-se pura conveniência.
Vestir-se por obediência.
Vestir-se para a sobrevivência.

Despir-se é uma indecência.
Despir-se para perder a inocência.
Despir-se por pura decadência.
Despir-se também para a sua existência.

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Uma boa dose de Wolffenbüttel

É, Vendell, mano véi, vamos tomar uma dose de Wolffenbüttel e continuar esse papo:
.
(...)e os patrões diziam todo dia: "O senhor precisa trabalhar mais. A maioria das coisas que escreve não é aproveitada. Não precisa se explicar, já sabemos. Vai dizer que não faz outra coisa que não seja escrever. Não queremos saber de nada, não queremos saber de nada, não queremos saber de nada." E a arte do afastamento vivencial continuava em casa: "O quilo de carne está custando tanto, o leite em pó está muito caro. Quando o bebê nascer não poderemos continuar misturando água com leite."
Os meses passavam rapidamente. Tão rapidamente como o dinheiro que saía do meu bolso para os bolsos de açougueiros, médicos, quitandeiros, padeiros, dentistas, cobradores. Os cobradores, de um modo geral, eram de livros. E era tão fácil vender-me livros. Diziam que era fácil pagar. E eu acreditava. Dinheiro.
Às vezes chegava em casa tarde da noite e encontrava a minha mulherzinha dormindo. Uma criança de menos de vnte anos, lindas pernas, lindo busto, querendo apenas aprender a arte de viver mais simplesmente; não querendo atacar convenções mas aceitando verdades absolutas que ainda não haviam começado a esquartejá-la. Eu tirava meu terno suado e tentava me lavar, mas faltava água. Em silêncio, para não acordá-la, deitava-me na cama. Ela precisava de tanto amor e carinho mas estaria eu em condições de dar-lhe esse amor e esse carinho? Também era uma criança tentando jogar fora de casa um jogo muito perigoso. E era eu que ela pretendia ter como professor de vida! Como ousar beijá-la se durante todo o dia eu nada mais fizera senão fracassar? Como ousar ter desejo, sentir o sexo, com tanta culpa? Medo de tocá-la, medo de não poder amá-la e, ainda assim, amando-a com toda intensidade. Como explicar-lhe a minha falta de condições para o jogo do dinheiro que é o jogo da vida? Naquele silêncio, feito de calor, suor e noite, eu sentia intensamente a ausência de Deus e sofria com sua ausência, pois toda a responsabilidade do que ocorreria daquele momento em diante era minha. E faltava-me força para suportar o peso da minha ignorância. Chorar também não podia, pois ela acabaria acordando e como explicar as minhas lágrimas se elas existiam independentes da minha vontade? Como dizer-lhe: "Meu amor, a culpa é desses filhosdasputas que tiveram a sorte de nascer filhosdasputas; que tiveram a sorte de nascer acreditando que o mundo é assim mesmo. Dinheiro, meu amor é a palavra de ordem, é o único deus, cruel, escatológico, o GRANDE DEUS GRANA. Para não chorar é preciso ajoelhar-se aos seus pés. É por falta de dinheiro que estou brocha esta noite."
Também não podia dizer-lhe isto, pois ouviria a sua verdade adolescente e justa:
—Mas, meu amor, você não pode brigar com todos. O dinheiro não faz mal algum. Papai trabalha, todos trabalham.
Eu dei o azar, esta é que é a verdade e digo isso consciente do uísque no bucho, de, apesar da pressão emocional dos adultos, crescer me interrogando. Descobri que o que é bom para a autoridade transcendental, seja ela pai, mãe, professor, polícia ou patrão, não é bom pra mim. Não me deixaram ser um cachorro. Alguma autoridade transcendental que dorme dentro de mim não me deixou ser um cachorro e eu queria tanto ser um, um bom cachorro, um cachorro elegante, um cachorro fudedor, um cachorro gigolô, um cachorro de automóvel com algumas viagens a Paris e a Nova York, um cachorro bom para a autoridade, pois que serve à autoridade. Mas eu mordo, sou um mau cachorro e não tenho talento para pedir desculpas. Se o bom Deus existe, certamente, me faltou quando lhe pedi que me transformasse num cachorro como os outros. Se o bom Deus existe, me condenou à humanidade.
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Trecho do clássico À Mão Esquerda do mestre Fausto Wolff.

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terça-feira, 5 de maio de 2009

Pensando no texto abaixo postado pelo sr. Nosliw, fiquei horas parado, estático, totalmente absorto na escuridão dos meus pensamentos, sendo iluminado somente pela luz que pairava sobre a minha cabeça, e também pela janela que me mostrava o quão poluído a rua estava. Enfim, mergulhado entre balancetes, excrementes e etc, minha mente deu um boot poético, e o pior, nesse dia não havia um scandisk que pudesse me salvar, que pudesse corrigir estes setores que faço pouco uso ultimamente. Escravo do sistema? Pode ser... É preciso sobreviver? Viver? Ou é preciso saber viver? Pelo menos agora uma leve onda inundou uma ilha de pensamentos numéricos que estava me deixando completamente robótico. Será que todos estão robóticos? Os robóticos serão os estereótipos dos trabalhadores do amanhã? Foi ontem?Enfim, foi preciso eu me reiniciar para tentar recuperar as palavras que me faltavam. Neste dia saí do serviço para tomar uma breja bem gelada e me deparei com um senhor que humildemente vendia o seu livro. Um pequeno grande livro. Dizia ele que abandonara tudo por conta dos seus escritos, e, seguindo o seu discurso, agora ele estava vivendo. Ao final me pediu um copo de cerveja e saiu. Vivendo? Satisfeito com sua criação, orgulhoso da sua obra, mas no final tendo que pedir por uma simples cerveja? Viver? Acho que preciso reiniciar novamente, este mundo está me deixando confuso...Lembro-me de um episódio de "Além da imaginação", no qual um homem teve que aprender novamente a ler, escrever, e o pior, aprender o significado das palavras, pois nada mais lhe fazia sentido. Estaria eu prestes a ser um personagem deste episódio? Ou será um mero momento de revolta? Bem, devo reiniciar para buscar algo novo, então voltarei a postar. Aproveito para deixar um pequeno texto que fala sobre a geração mimeógrafo. Há alguma relação com o que foi dito?

Já que estava à-toa resolvi fazer um poema
agora faço pra ficar à-toa.
Cacaso. Um homem sem profissão





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sexta-feira, 1 de maio de 2009

A ABOLIÇÃO DO TRABALHO

Trabalhadores, vocês estão entediados? Então sacudam suas jaulas!
A seguir vão alguns trechos do texto "A Abolição do Trabalho" de Bob Black, no Brasil publicado como parte do livro Groucho-Marxismo, dentro da Coleção Baderna.
E viva a Revolução Lúdica!
"NINGUEM JAMAIS DEVERIA TRABALHAR.
_O trabalho é a fonte de quase todos os sofrimentos do mundo.Praticamente qualquer mal que se possa mencionar vem do trabalho ou de se viver num mundo projetado para o trabalho.
_Isso não significa que precisamos parar de fazer coisas. Significa criar um novo estilo de vida baseado na brincadeira; em outras palavras, uma revolução lúdica. Com "brincadeira", quero dizer também festividade, criatividade, convívio, comensalidade e talvez até arte. Brincar é mais do que brincar como crianças, por mais que isso tenha seu valor. Eu clamo por uma aventura coletiva de alegria generalizada e exuberância livremente interdependente. Brincar não é algo passivo. Sem dúvida, precisamos de muito mais tempo do que temos agora para o ócio e a folga totais, independentemente de renda ou ocupação; mas, uma vez recuperados da exaustão causada pelo emprego, todos nós queremos agir.
(...)
_Você deve estar se perguntando se estou brincando ou falando sério. Estou brincando e falando sério. Ser lúdico não é ser ridículo. Brincadeiras não precisam ser frívolas, embora frivolidade não signifique trivialidade; muitas vezes, deveríamos levar frivolidade a sério. Eu gostaria que a vida fosse um jogo - mas um jogo de apostas elevadas. Eu quero jogar a sério.
(...)
_Vamos fingir por um momento que o trabalho não transforma as pessoas em submissos estulficados. Vamos fingir, desafiando qualquer psicologia plausível e a ideologia de seus propagadores, que ele não tem efeito algum na formação do caráter. E vamos fingir que trabalho não é chato, cansativo e humilhante como todos de fato sabemos que é. Mesmo assim, o trabalho ainda seria um insulto a todas as aspirações humanistas e democráticas, penas porque usurpa tanto de nosso tempo.
(...)
_O que eu disse até agora não deveria causar controvérsias. Muitos trabalhadores estão fartos do trabalho. Há índices altos e crescentes de faltas, rotatividade, furtos e sabotagens, greves anárquicas e corpo mole em geral no trabalho. Pode algum movimento rumo a uma consciente, e não apenas visceral, rejeição do trabalho. E, no entanto, a sensação que prevalece, universal entre chefes e seus agentes e também difundida entre os próprios trabalhadores, é que o trabalho é inevitável e necessário.
_Eu discordo. Agora é possível abolir o trabalho e substituí-lo, nos casos em que ele tem finalidades úteis, por uma variedade de novos tipos de atividades livres. Abolir o trabalho requer atacá-lo em duas frentes, a quantitativa e a qualitativa. Por um lado, o lado quantitativo, precisamos cortar de forma maciça a quantidade de trabalho que está sendo feito. Atualmente, a maior parte do trabalho é inútil ou coisa pior, e deveríamos simplesmente acabar com ela. Por outro lado - e acho que essa é a parte crucial e a novidade revolucionária -, precisamos pegar o trabalho que permanece útil e transformá-lo em uma variedade de passatempos lúdicos e artesanais, indistiguiveis de outros passatempos prazerosos exceto pelo fato de que resultam em produtos finais úteis. Certamente isso não os deveria tornar menos atraentes. Aí, todas as barreiras artificiais do poder e da propriedade poderiam cair. A criação poderia tornar recreação. E todos poderíamos parar de sentir medo um dos outros.
(...)
_Ninguém pode dizer no que resultará liberar a energia criativa embotada pelo trabalho. Tudo pode acontecer. O cansativo problema do debate entre liberdade e necessidade, com suas nuances teológicas, se resolve na prática quando a produção de valores de uso é coextensiva à fruição de atividades lúdicas deliciosas.
(...)
_Trabalhadores do mundo... relaxem!"